Por trás das lentes – conheça Marcio Jahú

Como parte do projeto Variações de AZ,  a série Bailarinos por trás das lentes  conta histórias inspiradoras e curiosas sobre alguns dos artistas retratados.

Hoje o papo é com Marcio Jahú, da Focus Companhia de Dança.

AZ – Quando e como começou na dança?

MJ – Comecei a estudar as danças acadêmicas (ballet, jazz, moderno…) no Centro de Dança Rio aos 17 anos. Cheguei lá através da faculdade da Cidade (UniverCidade, hoje extinta) pois estava iniciando o curso de Licenciatura em Dança que funcionava dentro da Academia. Sempre gostei de me expressar através da dança, porém nunca tinha estudado de fato anteriormente. Apenas fazia parte de um grupo de “jazz” de uma academia de dança da minha cidade, Duque de Caxias, onde ingressei na busca por danças baianas, o famoso axé ou lambaeróbica dos anos 2000.

AZ  –  Que desafio começar a estudar ballet aos 17 anos!

MJ – Pois é. Muito tarde para esse tipo de dança. Mas sempre fui muito determinado e sério. Os professores gostavam de mim por isso e me incentivavam bastante. Homem desenvolve mais rápido, acredito que pelo tipo da musculatura. Mas também eu fazia 5 aulas por dia, sendo 3 só de ballet. No final do dia, durante a última aula, eu tinha câimbras. Era muito excesso mas não me arrependo. 😅

AZ – Em que momento decidiu viver da dança?

MJ – Viver de dança foi uma consequência das minhas investidas e paixão pela profissão. Após iniciar os estudos, aos 18 já começaram a aparecer alguns trabalhos de televisão. Desde então nunca mais parei de trabalhar. Tive sorte de conhecer boas pessoas durante o meu início. Na faculdade eu tive contato com a classe da dança contemporânea carioca, e paralelamente, no Centro de Dança Rio, cruzei com pessoas, que hoje são amigos queridos e colegas na profissão, que gostavam da minha dança e me deram boas oportunidades de trabalhos em shows e tv na época.

AZ – Qual foi sua melhor oportunidade profissional até agora?

MJ – Considero todas oportunidades ótimas. Umas me encaminharam para outras melhores, outras foram boas no momento por elas mesmas. Em 2005 fiz audição para a Companhia de Dança Déborah Colker. Fui finalista e selecionado para fazer uma comissão de frente coreografada por ela, Déborah. Na audição que “não passei” e durante os ensaios da comissão de frente, conheci o Alex Neoral, diretor e coreógrafo da Focus Cia de Dança, da qual sou integrante desde 2006. A melhor oportunidade para mim é a Focus, mas se não fosse a oportunidade de não ser aprovado na audição de 2005, talvez eu não estivesse dançando com o Alex há 12 anos. 😉

AZ – Alguma história inusitada ou divertida?

MJ – Com certeza tive algumas ao longo desses 17 anos de dança, mas nenhuma que esteja saltando na minha memória agora. Ou depende do que seria o divertido. Gastar o cachê de uma gravação todo no taxi de volta para Caxias porque não tinha mais ônibus na madrugada, hoje pode ser uma história divertida. Ou que um dos meus primeiros trabalhos como bailarino de show foi dançar uma coreografia vestido de gorila de pelúcia verde, onde fiz muitos programas de tv com o cantor e ficava feliz em apontar para a minha família dizendo “eu sou o verde!” rs. 

AZ – O que a dança trouxe de bom para sua vida?

MJ -Tudo o que tenho de bom hoje na minha vida, tenho certeza que conquistei através da dança: amigos, trabalho, estabilidade, reconhecimento, amor, disciplina, profissionalismo… Sobre cada tópico desses posso dissertar maravilhas conquistadas e construídas com a dança. Hoje busco outras opções de trabalho e renda, porém nenhum dos meus outros interesses me traz o retorno e a segurança que obtenho na e com a dança. São paixões que tento desenvolver, e tenho certeza que coloco seriedade e muita arte nelas porque tenho a dança na construção da minha personalidade como indivíduo.

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