Como parte do projeto Variações de AZ, lançamos a série “Bailarinos por trás das lentes” – histórias inspiradoras e curiosas sobre alguns dos artistas retratados.
Hoje, Carolina Botelho, de Peter Pan – O Musical, conta um pouco da sua trajetória artística.
AZ – Quando e como começou na dança?
CB – Quando eu tinha 4 anos minha mãe me matriculou na Catsapa Escola de Musicais. Lá eu tinha aulas de teatro, canto, dança, circo e sapateado. Foi meu primeiro contato com a dança e com o trabalho corporal. Fiquei lá dos 4 aos 17 anos. Aos 15 entrei para o Lyceu Escola de Dança, onde tive minha formação de fato na dança. Principalmente nas danças urbanas e dança contemporânea. Cheguei a dar aulas de hip hop e competir em festivais. Depois fui a cursar faculdade e hoje sou licenciada em dança pela Faculdade Angel Vianna.
AZ – Em que momento decidiu viver da dança?
CB – Desde sempre quis ser atriz. Sabia que o trabalho de corpo seria essencial. Comecei a dançar por causa do teatro e ele me apresentou esse universo maravilhoso da dança. Sinceramente, não tive esse momento exato da “decisão”, quando vi já estava dando aula, trabalhando com isso, inserida por inteiro nesse meio. Foi tudo acontecendo num fluxo continuo, leve e natural.
AZ – Qual foi sua melhor oportunidade profissional até agora?
CB– Nesse ano de 2018 tive a chance de interpretar a personagem Tiger Lilly no musical da Broadway, Peter Pan. Uma personagem linda que se comunicava através do corpo. Nela pude mostrar toda minha pesquisa corporal e colocar 100% da minha identidade na dança. Normalmente, na grande maioria dos musicais importados, as coreografias vem prontas ou sofrem apenas algumas adaptações. Em Peter Pan tive uma chance única de criar, junto ao meu coreógrafo Alonso Barros e o baterista Kiko Andrioli, um solo 100% novo, autoral e preenchido por toda minha bagagem de dança. Tive um reconhecimento muito bacana por esse trabalho. Foi especial ❤ Outra que não posso deixar de colocar foi em 2016 quando me apresentei no Palco Mundo, do Rock In Rio Lisboa. Dançamos pra mais de 60 mil pessoas. Foi uma das sensações mais incríveis que já vivi na vida.
AZ – Alguma história inusitada ou divertida?
CB – Certa vez, em uma das apresentações de final de ano do Lyceu Escola de Dança, dancei três espetáculos seguidos com duas vértebras rodadas e uma lesão terrível na coluna. Fiquei das 14h às 22h em cena. Morrendo de dor. O primeiro era o espetáculo da companhia e os outros dois eram da escola, nos quais eu era protagonista. Não saía de cena em nenhum momento e nunca foi tão difícil dançar! Mas cheguei até o final! No sufoco, mas foi! Rs ❤
AZ – O que a dança trouxe de bom para sua vida?
CB – Identidade. Me encontrei e me descobri muito como artista por meio do estudo corporal. A dança me trouxe grandes mestres, amigos incríveis, experiências pessoais e profissionais maravilhosas. Sou muito agradecida por viver do que amo e compartilhar esse sonho com tanta gente incrível.