Como parte do projeto Variações de AZ, lançamos a série Bailarinos por trás das lentes – histórias inspiradoras e curiosas sobre alguns dos artistas retratados.
Hoje quem nos conta um pouquinho das suas experiências é Isabela Coracy, integrante do Ballet Black, de Londres.
AZ – Quando e como começou na dança?
IC – Comecei na Dança aos 7 anos de idade.
AZ – Em que momento decidiu viver da dança?
IC – Foi uma paixão que veio crescendo a cada dia dentro da minha rotina: ir para escola pela manhã e para o Ballet à tarde. Estudar e aprender todos os dias me fez querer ser bailarina profissional, sempre lapidando a minha técnica e aprimorando conhecimentos. E assim eu decidi viver da dança .
AZ – Qual foi sua melhor oportunidade profissional até agora?
IC – Foi morar na Europa. Um sonho que realizei com garra e com o apoio da minha família. Hoje moro em Londres, uma das maiores cidades do mundo e que respira arte todos os dias .
AZ – Alguma história inusitada ou divertida?
IC – Com a dança sempre tive a oportunidade de conhecer novas culturas e países . Em 2013, fui convidada a dançar em uma Gala na Rússia por 3 meses, e ainda não falava inglês, muito menos russo. Foi então que, no primeiro dia, nos recomendaram a não andar sozinhos, ainda mais que por lá não se veem muito negros. Certo dia fui ao shopping com mais dois bailarinos quando duas adolescentes se aproximaram e pediram para tirar foto – não éramos famosos e nem havia posters sobre a Gala espalhados pela cidade – o motivo da foto era por que eu era negra e para eles era algo raro e diferente. Fiquei em choque e não quis tirar a foto pois achei desrespeitoso.
AZ – O quê a dança trouxe de bom para sua vida?
IC – A dança é parte da minha vida, é parte de mim: a minha dança é sagrada. Ela trouxe disciplina e me ensina todos os dias a importância de ser Eu mesma, contribuindo na forma como sou dentro e fora dos palcos, reforçando minha personalidade (forte rs) e onde diariamente me aprimoro, no corpo e na alma – ela é o ar que eu respiro!
E agradeço a Deus, todos os dias, por ser bailarina e por cada professor e diretor que fizeram e fazem parte da minha jornada.